Histórias contadas por pais, avós e bisavós relatam casamentos de mulheres extremamente jovens que duraram — ou ainda duram — décadas a fio. No entanto, esse é um costume antigo, e a perspectiva da sociedade sobre relacionamentos vem mudando drasticamente ao longo dos anos.
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Pensando nisso, a terapeuta familiar Shawntres Parks dedicou-se a esclarecer se pessoas que se casam jovens realmente estão mais propensas ao divórcio. Entenda com informações da “Women’s Health”.
Pessoas que se casam jovens estão mais propensas ao divórcio
De acordo com um estudo de 2016 publicado na “Psychology Today”, pessoas que se casam aos 20 anos têm 50% mais chance de se divorciar do que as que esperam até os 25. O mesmo relatório aponta que 28 anos é a idade ideal para o casamento. “Há uma boa quantidade de pesquisas internacionais que apoiam o entendimento de que casar jovem está relacionado a porcentagens mais altas de divórcio”, endossa Parks.
Muitas vezes, casais jovens não têm tempo para pensar sobre o que realmente querem em um(a) parceiro(a) a longo prazo. Ou, ainda, o que pensam querer em certa idade não é o que realmente querem no futuro, após terem tido mais experiências de vida e talvez mudado seus pontos de vista.
A especialista explica que, até por volta dos 25 anos, o córtex pré-frontal — parte do cérebro necessária para tomar decisões sobre as possíveis consequências de escolhas de vida como o casamento — ainda está se desenvolvendo. Por isso, “pessoas que esperam até depois dos 25 anos terão maiores taxas de sucesso em evitar o divórcio”, reitera.
Como casais jovens podem evitar o divórcio
Apesar das estatísticas, casais jovens podem, sim, ter sucesso na relação. Para isso, a recomendação de Parks é a terapia de casal.
“Idealmente, todo casal deveria fazer terapia de casal antes de se casar, tendo problemas ou não. A terapia pré-nupcial é um recurso fantástico e, quando bem feita, diminui a probabilidade de um casal se divorciar”, aponta a profissional.
Para casais que optarem por não fazer terapia, Parks recomenda que as seguintes perguntas sejam feitas um ao outro:
• Que ações lhe ajudam a se sentir mais amado(a)?
• Você sente que tem experiências passadas que precisa trabalhar para ser o seu eu mais saudável? Em caso afirmativo, há algo que lhe impede de fazer esse trabalho?
• Qual é a sua visão para a sua futura família?
• E quais papéis você vê a si mesmo(a) e seu(ua) futuro(a) parceiro(a) ocupando no casamento e na maternidade/paternidade?
• Está disposto(a) a acessar quaisquer recursos disponíveis para ajudar a criar um relacionamento saudável? Quais ferramentas você tem atualmente?
Essas perguntas podem permitir que cada parceiro(a) comunique os maiores obstáculos do casamento com antecedência, evitando problemas que podem levar à dissolução da relação posteriormente.
“Na minha experiência, a maioria dos casamentos fracassados resulta de sentimentos de desamparo e desesperança”, diz Parks. “Isso geralmente ocorre quando os casais não têm os recursos internos para lidar com a resolução de conflitos e os desafios de comunicação. Quando os casais lutam repetidamente para ser ou se sentirem vistos e ouvidos, é difícil imaginar que eles se sentirão felizes ou satisfeitos olhando para o futuro.”
Ela enfatiza, ainda, que o casamento não é uma “ferramenta de melhoria do relacionamento”. Interromper um namoro para vincular-se legalmente a alguém não fará com que os problemas pré-casamento desapareçam. “Na maioria das vezes, eles só pioram”, finaliza a terapeuta.